terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Capítulo 2 - coming back to life


"Vai se viciar, como eu me viciei."
"Eu quero ser como vocês, que não estão nem aí pra nada."
"Jennifer, não faz isso! Você não sabe o quanto é ruim."
"Não deve ser tanto, vocês sempre estão juntos, todo mundo paga pau pra vocês."
"Jennifer..." Me olhou sério depois de passar as mãos pelo rosto. "Isso não é pra você, é perigoso!"
"Não deve ser, Diego gosta de mim."
"Claro." Ele disse com ironia. "Ele só quer te comer, acorda, garota. Se você se entregar pra ele uma vez, não será a única vez, entendeu? Ele vai querer te possuir."
"Porquê todo esse cuidado?" Arqueei levemente uma sobrancelha.
"Porque..." Tentou pegar algo pra dizer. "Porque você é frágil."
"Eu não sou frágil, sou muito mais forte do que imagina."
"Ah, é?" Entortou um pouco os lábios, como se imaginasse algo.
Ele levantou e me pegou no colo, me jogando em seu ombro. Soquei suas costas pra que me soltasse, mas isso não parecia abalá-lo no caminho pro rio ali em frente.
"Não me joga no rio, eu vou te matar se me molhar!"
"Eu adoraria ver o que faria pra me matar." Por seu tom de voz, sabia que estava sorrindo.
"Me solta, Zack!"
Ele me colocou no chão, seu rosto ficou quase colado ao meu, com certeza foi sem querer, mas me senti atraída por seus olhos fixos nos meus. Pude ver o desconforto dele, mas um sorriso tímido estampou seus lábios.
"Não ia te jogar, patricinha desse jeito ia odiar ficar molhada."
"Eu não sou patricinha!"
"É sim, loirinha, toda maquiada, roupa de marca."
"Só por isso sou patricinha? Ah, por favor."
"Me prove o contrário então."
"Vou provar, você vai ver."
"Vou esperar sentado." Seu tom pareceu desafiador. "Agora me faz um favor?"
"O que?"
"Não se mete com os caras, volta pra sua vida, ok?"
"Mas eu não quero, eu quero fazer parte."
Zack segurou meu pulso, sem apertar muito, mas o suficiente pra eu saber que ele estava falando sério comigo. "Não quer, você não quer."
"Você não deveria se importar com isso, sabia?"
"E você deveria agradecer quem se importa." Me soltou bruscamente e se afastou alguns passos pra trás. "Vai lá, se torna uma viciada! Você vai ser vista com outros olhos sim, mas vão te ver com pena ou até nojo, é frustrante isso, sabia?" Seus olhos traziam raiva e seus lábios estavam levemente cerrados. "Você não quer isso, é apenas mais uma mimada querendo diversão, mas essa não é a que procura. Quer usar drogas? Vai pra uma rave ou pra qualquer esquina que venda e pronto, estará satisfeita."
"Talvez eu vá pra qualquer esquina mesmo e compre drogas."
"Nossa, que rebelde."
Estava pensando em algo pra dizer, mas meu celular vibrou, fazendo eu me desligar e olhar pro visor, Jake estava me ligando. Disse que estava bem e logo voltaria pra casa, ele continuou a perguntar onde estava, mas nem eu sabia onde era, então desliguei.
"Quer decepcionar seu irmão? Sua família?"
"Você nem me conhece." Neguei com a cabeça.
"Sei o suficiente sobre você, todos sabem."
"Se sabe o que "todos sabem", não sabe nada, eu sou muito mais do se diz pelos corredores do colégio. Saber o que "todos sabem", não faz com que me conheça."
"Mas eu quero conhecer." Suspirou.
Minha cabeça girou ao ouvir isso, literalmente, olhei pra ele, tentando desvendar algo em seus lindos olhos, mas eles estavam indecifráveis ao meu entender. Zack parecia ser uma pessoa durona, mas no fundo devia ser manteiga derretida, era o que parecia nesse momento. Eu queria beijá-lo, queria mesmo, mas não sei se era uma boa hora, ele me acharia uma vadia que se joga pra qualquer um. E eu não queria que achasse isso.
"Bom..." Levantei as mãos como se fosse dizer algo, mas eu não tinha o que dizer. Ele percebeu isso.
Uma de suas mãos foi pra minha nuca, me puxando pra perto, seu polegar fazia movimentos circulares em minha bochecha. Ele estava tão perto, sentia sua respiração junta a minha, nossos olhares se encontraram tentando decifrar um ao outro. Queria seus lábios nos meus, ele parecia me corresponder, mas quando estávamos à centímetros um do outro, Zack me largou, se afastando. Confesso que fiquei confusa, ele simplesmente se afasta do nada... Isso não é bom sinal, não mesmo.
"Eu não posso te beijar." Ele negou com a cabeça, respondendo minha pergunta antes mesmo de ela ser feita. "Atração não basta, não quero que se ligue a mim também."
"Porque? Porque se esquiva?"
"Eu não posso te amar, sou incapaz de amar alguém, Jennifer."
"É claro que você é capaz, dá pra ver nos seus olhos."
"Não do seu jeito." Sentou com o olhar fixo no chão.
"Qual seria o meu jeito?" Parei à sua frente.
"Meigo, um amor pra vida toda, sincero, com um cara que estivesse do teu lado sem que nada o impedisse, sem que ninguém impedisse... Você não terá isso comigo, eu sei que não."
"Como pode ter tanta certeza?" Me abaixei à sua frente, apoiando meus braços em seus joelhos. "Comecei a prestar atenção em você depois de ter me "salvado", não acho que seja tão ruim quanto pensa."
Ele levantou o olhar, me fitando. "É hipocrisia sua achar isso."
"Não acho que seja."
"Talvez você só seja um pouco ingênua pra perceber." Sorriu de lado, sem vontade alguma. "Teu coração é bom, garota, não estraga ele."
Tudo o que ele estava dizendo batia um peso na minha consciência, não conseguia esconder que estava incomodada... Queria conhecer mais sobre ele, queria muito saber, me restava ser amiga dele.
"Nós podemos ser amigos?"
-
Desse dia em diante, ficamos amigos, sim só amigos. Ainda estava disposta a mudar minha vida, estava frequentando mais o apartamento do Diego, já tinha conhecido alguns outros caras, mas não sabia o nome de nenhum deles. Zack não aprovava que eu estivesse indo lá e ficava ao meu lado quase toda hora, exceto quando Diego dava um passa fora nele. Me sentia tão bem ao lado do Zack, brigávamos constantemente, mas bastavam alguns minutos pra nos olharmos e sorrirmos um pro outro.
- 12 de julho de 2012 -
Estava sozinha no apartamento quando Diego chegou trazendo consigo uma mochila.
"Oi." Disse.
"Jenn, que surpresa."
Sorri. "Já não te disse que quero estar aqui, então..."
"Quer mesmo entrar?" Deixou a mochila no sofá e sentou de frente pra mim.
"Quero."
"Sabe o que significa? Te disse que uma vez dentro, sempre dentro, lembra?"
"Lembro." Assenti, sem me importar muito com o que ele dizia.
"Estou falando sério."
"E eu também." O encarei, séria.
-
Se eu tivesse uma mínima noção da merda que estava fazendo, não teria nem pisado lá naquele dia. Que droga eu tinha na cabeça? Eu era uma trouxa mesmo. Tentei impressionar o Zack, mostrando que eu podia fazer o que eu quisesse, mas o máximo que ganhei foi um esporro com direito a gritos e batida de porta. Sim, foi ridícula e imatura minha decisão e, até hoje, ela custa a minha vida.
{...} Não sei por quanto tempo eu dormi, ou fiquei desmaiada, mas ao acordar estava num hospital, tinha uma cânula no meu nariz e vários fios por meu corpo, além de um balão de soro na minha veia. Rodei o quarto pequeno e sem graça com os olhos, estava sozinha ali. Nenhum enfermeiro, nem meu irmão, nenhum dos meus amigos e, muito menos, meus pais... Sim, eu esperava que alguém tivesse se preocupado em passar a noite comigo, já que estava escuro lá fora eu deduzi ser noite. Realmente esperava que quando eu acordasse no hospital um dia, alguém estaria do meu lado, segurando minha mão e dizendo que eu ficaria bem. Pensei em arrancar todos os fios do meu corpo e sair dali andando, mas assim que me mexi, uma dor insuportável tomou meu corpo, principalmente uma de minhas pernas, então desisti e me aquietei. Ao lado da cama tinha um botão vermelho, não pensei duas vezes e o apertei, precisava ver alguém. Uma enfermeira entrou a todo o vapor no quarto, abri um sorriso ao vê-la.
"Oi... Desculpa se eu te assustei, só precisava ver alguém."
"Não foi nada." Ela sorriu também, aparentava ter uns dois ou três anos a mais que eu, não mais do que isso. "Que bom que acordou, como se sente?"
"Esse negócio no meu nariz está me incomodando."
"Podemos tirá-lo, mas se sentir falta de ar, chame imediatamente." O desligou do balão de oxigênio e tirou do meu nariz, colocando no suporte. "Está com dores?"
"Minhas pernas."
"É normal, o impacto foi muito forte."
"O que aconteceu?"
"Não se lembra?"
Fiz um esforço, tentando me lembrar de algo, mas nada me vinha. "Não, de nada."
"Me parece que um carro entrou na contra-mão, você estava em alta velocidade e voou longe."
"Oh..." Fechei os olhos por um breve momento. "Alguém esteve aqui comigo?"
"Dois garotos tem revezado e vi uma garota várias vezes aqui."
"Tem muito tempo?"
"Uma semana e meia, quase duas, você esteve em coma moderado por alguns dias pela batida que sofreu na cabeça."
"Jenn? Você acordou?" Uma voz familiar perguntou em quase um grito.
Olhei pra porta e lá estava Harry com um café em mãos, abri um enorme sorriso ao vê-lo ali.
"Bom, eu vou deixá-los sozinhos, qualquer coisa é só chamar."
"Ok, muito obrigada."
A enfermeira saiu e Harry se aproximou da cama, seus olhos cintilavam junto com seu sorriso. Ele sentou ao meu lado e deslizou os dedos por meu cabelo.
"Achei que estava sozinha nessa."
"Não, não está. Eu nunca te deixaria, você sabe muito bem disso."
"Obrigada, baby." Sorri. "Sabe que eu te amo, não sabe?"
"Sei, eu também te amo. Fiquei com um puta medo de te perder quando me disseram que estava em coma." Acariciou minha bochecha com a costa da mão.
"Que horas são? Estou com fome."
"Exatamente, 1h. Que novidade estar com fome, né?"
"Fala sério, eu fiquei quase duas semanas com soro na veia, não posso estar com fome?"
"Desculpa." Riu. "Quer um pouco de café?" Mostrou seu copo.
"Não, pode beber, não sei nem se eu posso beber café."
"Quer que eu busque algo?"
"Fica de boa, baby, eu estou bem."
"Mesmo?" Arqueou as sobrancelhas do jeito fofo que ele fazia quando estava preocupado comigo.
"Mesmo, pode dormir, já está tarde."
"Agora que você acordou, eu não vou dormir mesmo."
"Harry Hudson, dorme, não quero ter que ficar olhando pra alguém com olheiras."

Harry riu e foi pra poltrona no canto do quarto, depois de acabar seu café ele tentou se ajeitar, mas qualquer posição parecia desconfortável pra ele.
"Boa noite, Jenn." Ele disse depois de finalmente parecer encontrar uma.
"Boa noite, baby."
Até que a cama do hospital era confortável, o que me incomodava eram os fios que me impediam movimento e minha perna que ainda doía. Eu parecia acordar de meia em meia hora com meu estômago roncando alto e se apertando dentro de mim, como alguém dorme morrendo de fome? Isso estava me matando e, se eu não matasse a fome, ela iria me matar. Por outro lado, sabia que se eu tocasse a campainha pra chamar alguém, não iam me dar comida por o hospital ter seus horários e blábláblá. Em meio a ficar pensando em como eu estava com fome, acabei caindo no sono tão rápido que, se eu estivesse tentando isso, não conseguiria.
"Bom dia, senhorita." Uma enfermeira, já de um pouco mais de idade que a do dia anterior, me cutucou com um sorriso no rosto. "Trouxe seu café, é bom se alimentar."
Tentei me espreguiçar e sorri pra ela. "Obrigada, estou morta de fome!"
"Imagino que esteja. Prefere seu sanduíche do que?" Apontou pra um carrinho.
Optei por um de peito de peru, a bandeja foi colocada no suporte da cama, me ajeitei e bebi um gole do suco de laranja à minha frente.
"Qualquer coisa chame." Ela disse antes de sair pela porta.
"Pode deixar."
Devorei tudo o que estava na bandeja em questão de poucos minutos. Seria indelicado pedir algo a mais, então resolvi esperar até que viessem com a próxima refeição, no caso o almoço. Harry veio pro meu lado assim que eu acabei.
"Melhor?"
"Bem melhor." Ri. "Meu estômago estava quase virando um buraco negro que engoliria todos meus órgãos."
"Dramática desde sempre."
Dei língua pra ele. "Quando eu vou vazar daqui?"
"Não faço ideia, anjo, ainda sente dor?"
"Um pouco nas pernas."
"E em outros lugares?"
"Outros lugares não, a cabeça dói só um pouquinho."
"Pelo pouco que eu entendo, vai ter que fazer uns exames antes."
"Odeio exames." Fiz uma careta.
"Eu sei." Riu de leve. "Mas é necessário, quando Jake chegar eu vou falar com alguém."
"Pode ir agora, não me importo de ficar sozinha por uns minutos."
"Vai ficar bem?"
"Vou sim."
Ele beijou minha cabeça e saiu do quarto. Antes mesmo do meu irmão chegar, ele voltou e confirmou o que havia dito antes, pela tarde, eu teria que fazer alguns exames, os mesmos diriam se eu teria alta ou não. Jake se impressionou ao me ver acordada e começou a falar seguidamente sobre vários assuntos. Primeiro veio a briga por "eu ter provocado o acidente", depois se lamentou por eu ter entrado em coma e quase ter me perdido e depois foi a vez de contar as poucas novidades. Nenhuma relevante ou que me fizesse querer estar fora do hospital pra ter visto.
"Agora toma muito cuidado pra não sair com essa droga de moto de novo."
"Minha moto está bem?" Arregalei os olhos.
"Um pouco amassada." Harry disse. "Nada que uma restauração não cubra."
"Que bom, eu pagaria bastante pra tê-la igualzinha."
"Que merda, desapega dessa porra que ele deixou pra você, só te faz mal, retardada."
"Cala a boca, Jake."
"Estou falando sério contigo."
"Eu também, quero que cale a boca."
"Não vão começar a discussão básica aqui no hospital, não é?" Harry arqueou um pouco as sobrancelhas.
"Não." Jake disse antes que eu pudesse responder.
"Harry, me empresta seu celular? Ou o meu, se ele estiver aqui."
Ele tirou seu celular do bolso e me entregou. Depois do Jake falar que Hailey estava super preocupada, tinha que ligar pra ela. Chamou umas quatro vezes, até ela atender.
-
"Harry? O que aconteceu? Minha amiga está bem?"
"Oi pra você também, Hay."
"JENNIFER? Que tipo de maluca é você que quase me matou do coração?" Sua voz estava no tom brincalhão, mas sem perder a fofura.
"Me desculpa, tá? Não foi a intenção, o carro que estava errado."
"Eu fiquei tão preocupada, com tanto medo, você nem imagina."
"Não chora, vou acabar chorando também." Disse com uma voz pouca coisa embargada.
"Não, não chora." Fungou. "Vou vestir alguma coisa e vou pro hospital."
"Não precisa, amiga, talvez eu saia daqui hoje."
"Claro que precisa, quero te ver."
"Ok, vem, vou estar esperando."
"Já chego aí, beijo."
"Beijo."
-
Hailey não conseguiu chegar antes que me mandassem pros exames, estava extremamente nervosa, queria que tudo desse certo, mas não sabia se podia esperar que desse. O que mais me incomodou foi ser levada por uma cadeira de rodas, ainda mais por eu não conseguir colocar o pé no chão, a dor era insuportável. Fiz uma bateria de exames, checapes completos, diversos exames de sangue e um daqueles que você entra naquela máquina. De todos, aquele foi o pior.  Novamente sentei na cadeira de rodas e me levaram até o quarto.
"Não quero deitar ainda, pode me deixar aqui."
"Temos que ligar os aparelhos, senhorita."
"Não preciso, estou muito bem."
"Não complique, por favor."
"5 minutos apenas, pode ser? Que droga, estou cansada de ficar deitada."
"Cuidamos dela, só 5 minutos."
"5 e nem um minuto a mais, estarei esperando do lado de fora."
Revirei os olhos assim que a enfermeira saiu.
"Olha pra você!" Hailey levou as mãos à boca, sem mover um passo pra frente ou pra trás, seus olhos transbordavam.
"Eu sei, estou horrível..."
"Não! Você está viva!" Me abraçou com toda força do mundo, quase me esmagando.
"Achou o que?" Ri. "Que estava falando com alma penada no telefone?"
"Na verdade, achei que estava sonhando."
"Não estava, estou aqui vivinha."
Novamente ela me abraçou, Harry e Jake conversavam algo no canto do quarto, pensando que eu não iria prestar atenção, se fosse pra esconder algo conversassem do lado de fora. A enfermeira voltou, creio que cinco minutos depois mesmo, e me ajudou a ir pra cama, a dor ainda era insuportável, tive que me controlar pra não choramingar. Uma outra enfermeira trouxe um copinho branco com alguns comprimidos dentro, três médios e um pequeno e um outro copo com água, tomei os comprimidos e me ajeitei na cama. Harry teve que ir pra casa, ele disse que precisava de um banho, Hailey iria começar hoje a trabalhar numa loja de roupas meio famosa por aqui e não podia se atrasar. Ficamos apenas eu e meu irmão, que sorria quando o olhar cruzava o meu, mas não era um sorriso tipo que-bom-que-está-aqui, estava mais pra estou-escondendo-algo-de-você.
"Tá legal... Fala logo." Encarei ele.
"Falar o que?"
"O que estava falando com o Harry que, supostamente, eu não podia ouvir."
"Estava dizendo pra ele ir pra casa, apenas isso."
"Não era só isso, me fala ou vai ser pior quando eu descobrir."
"Não tenho nada pra te falar, larga de besteira."
"Fala, Thrupp."
"Diego." Suspirou.
"O que tem ele?"
"Esteve passando lá em casa a maioria desses dias, não pode deixar que isso continue, assim que se recuperar, mande ele parar com isso ou vai rolar briga, como já teve antes."
Suspirei, lembrando da briga que já havia rolado entre eles, estava de sob aviso, Jake não podia mais se meter com eles, com nenhum deles. "Vou falar com ele. Alguém esteve aqui?"
"Não exatamente."
"Como assim?"
"Quem esteve não subiu, só deixei autorização pra mim, Harry e Hailey."
"A Jullie veio, não veio?" Saquei antes mesmo de ele cogitar entrar no assunto, mesmo eu sabendo que ele não o faria.
"Como eu disse, a autorização não foi pra mais ninguém."
"Não acredito que proibiu minha amiga de me ver! Eu pago o pato pelo término de vocês? Ah, vai tomar no cu, Jake."
"Você sabe muito bem que não é isso, então fica na sua de boa."
"Sai daqui, está me estressando."
"Você é chata, mano."
"Sou sua irmã." Sorri irônica.
"Além de chata, é besta."

Ficamos discutindo, como sempre, até o médico vir pro meu quarto com uma prancheta na mão.
"Bom dia, quase boa tarde, senhorita Thrupp."
"Bom dia."
"Como se sente?"
"Quero ir pra casa."
"Os resultados dos exames saem essa tarde."
"Acha que está tudo bem?" Jake perguntou.
"Eu não posso falar nada agora, só depois dos exames." Checou o medidor de batimentos e anotou na ficha. "Quais suas dores?"
"Nas pernas, está doendo pra caralho."
"Isso não é bom, mas é um tanto quanto normal, a pancada foi muito forte. Pode descer pra fazer fisioterapia pra melhorar."
"Fisioterapia? Não estou aleijada."
"Sei que não está, mas vai amenizar."
"Jennifer, seja educada."
"Você não manda em mim."
O médico riu, me senti besta com isso, mas deixei passar. Queria ver os resultados dos exames logo, queria sair daqui, queria muito. Desci pra fisioterapia depois de uns 10 minutos, aqueles equipamentos me davam medo, parecia que eu não conseguia mais andar... Mas conforme fui exercitando minhas pernas, a dor foi sendo conformada e aceitada por meu corpo, ainda doía bastante, porém já estava suportável. Depois do almoço pensei que viria minha resposta, mas as horas foram se passando e nada...
"Jake, quero ir embora, já estou bem."
"Não é você quem decide isso."
"Mas eu sei que estou bem! Olha pra mim, não falta nenhum pedaço."
"Claro que falta, no seu cérebro falta um pedaço."
"Não volta no assunto." Pensei em algo pra mudar de assunto. "Nossos pais sabem do acidente?"
"Eu ligue pra avisar."
"E nenhum deles mexeu uma palha, já sabia..."
"Eles estão preocupados com você."
"Claro que não! Se estivem mesmo, estariam aqui. Que pais deixam seus filhos no hospital e não ficam esperando por notícias?" Meus olhos se encheram de lágrimas, mesmo contra minha vontade, tratei de olhar pra cima pra que não caísse no choro.
"Jenn, você sabe que é difícil pra eles." Segurou minha mão. "Mas eles te amam, estão torcendo por você, rezando toda hora..."
"Eles desistiram de mim, não me querem por perto, essa é a única verdade."
"Não! Eles são seus pais, não importa o que aconteça. Pais não desistem."
"Já me conformei." Funguei pra impedir as lágrimas. "Mas obrigada."
"Eu amo você, mesmo assim toda errada." Sorriu e beijou minha testa.
"Amo você." Sorri também.
Fui pra casa apenas no outro dia lá pelas 10h, mas ainda teria que vir fazer alguns exames. Jake dirigiu até em casa e me acompanhou até meu quarto.
"Vou preparar algo pra você comer."
"Quero comida chinesa."
"Menos trabalho pra mim." Riu pelo nariz. "Vou pedir."
"Onde está meu celular?"
Ele abriu a gaveta da cômoda e me entregou, saindo do quarto depois, liguei-o, pelo menos tinham colocado pra carregar, pensei comigo. Deslizei pela agenda até chegar no número da Jullie, nem chamou, foi logo pra caixa postal, liguei mais duas vezes e deu na mesma coisa, então desisti. Abri minha caixa de mensagens e várias mensagens do Harry e da Hailey a tomavam, tudo com coisas do tipo "quando você ler isso, saiba que estava rezando por você no momento" ou "queria que estivesse aqui", eles eram os melhores amigos que alguém podia ter, mesmo eu às vezes pedindo pra que parassem com a melação, eles sabiam que eu gostava de ser tratada assim e não me ouviam. Eles eram os únicos amigos da escola que tinham me sobrado, fora a Stella, irmã da Hailey, mas ela não era muito confiável, tínhamos brigado muito antes de virarmos "amigas". A única parte boa da minha vida agora era saber que eu podia contar com eles e com meu irmão pra o que quer que fosse e independentemente do que acontecesse.

Jake trouxe a comida pro quarto assim que chegou e sentou ao meu lado na cama pra comermos juntos, conversamos um pouco, mas não muito, já que minha cabeça estava doendo um pouco.
"Vou te deixar descansar." Recolheu os pratos. "Qualquer coisa me chama, vou estar lá embaixo." Beijou minha testa.
"Pode ir fazer suas coisas, eu estou bem." Sorri.
"Não vou te deixar sozinha, nem que não queira que eu fique aqui."
Não chegava ao fim daquela tarde quando meu celular deu sinal de vida, infelizmente com o nome do Diego aparecendo na tela.
-
"Alô?"
"Fiquei sabendo que está em casa, como a princesinha se sente?"
"Como ficou sabendo? Estava me espionando por acaso?"
"Tenho informantes, você sabe bem disso."
"Ah, e não tinha necessidade de ficar passando na minha casa, eu já te pedi pra que não faça isso."
"Não queria que me enrolasse."
"Não estou te enrolando, estou deitada na minha cama com uma puta dor nas pernas, eu vou ficar de repouso até eu achar necessário, antes que diga algo."
"Não vou dizer o contrário, fique em casa até se sentir melhor."
"Não passe aqui, por favor, já te disse que meu irmão não gosta, se quiser saber de mim, me liga."
"Tudo bem, eu ligo."
"Obrigada, agora eu vou descansar um pouco esses remédios dão muito sono."
"Melhoras, Jennifer."
-
Fiquei raciocinando por alguns segundos em se eu tinha falado com o Diego certo, estava muito simpático pra ser ele mesmo... Mas era apenas um momento raro que ocorria de dois em dois meses, talvez mais tempo até. Pelo menos tinha conseguido meus dias em casa, nem a pau eu sairia dessa cama pra rua nesse estado, a dor ainda não tinha amenizado e eu teria de ir pro hospital três vezes por semana pra fisioterapia. Jake passou o dia vindo de meia em meia hora pra ver se eu estava bem ou se precisava de alguma coisa.
"Amanhã você vai trabalhar, nada de ficar perdendo dia de trabalho pra cuidar de mim." Disse na ultima vez que ele entrou.
"Não pode ficar aqui sozinha."
"Posso ficar com o Harry, ele não faz nada da vida, só vai pra faculdade de noite."
"Vou falar com ele depois, se ele não aceitar, eu falo com meu chefe e tudo mais, ele me deixou ficar nesses dias só meio período na loja sem descontar."
"Harry vai aceitar, nos divertimos juntos."
"Ah, e comigo não se diverte?" Arqueou as sobrancelhas.
"Você entendeu, besta." Dei língua pra ele. "Que dias vai ser a fisioterapia?"
"Segunda, quarta e sexta, tá bom pra você?"
"Sim, tem hora?"
"Das 09h30 ao 12h."
"Tudo isso? Sério, eu não estou sem movimentos, não precisa de tanto."
"Precisa do suficiente pra você ficar inteira logo."
"Que eu saiba, eu estou inteira como sempre estive."

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oioioi, eai pessoal, já deu pra entender mais ou menos? O que vocês estão achando? Acharam o Zack fofo, não é? hahahha O que acham que vai rolar ou o que acham que já rolou no passado? NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR, POR FAVOR, É REALMENTE MUITO IMPORTANTE PRA MIM, GOSTO MUITO DE INTERAGIR COM MINHAS LEITORAS E TAL! DEIXEM OS USERS DE VOCÊS PRA QUE EU POSSA AVISAR DOS NOVOS CAPÍTULOS OU, SE TIVEREM VERGONHA DE SE IDENTIFICAREM, PODEM DEIXAR UM SIMPLES "CONTINUA" EM ANÔNIMO, ACREDITEM, JÁ VAI ME DEIXAR FELIZ PAKSPKAPKAPSK ESPERO QUE ESTEJAM GOSTANDO, COMENTEEEM! BJÃO <3

5 comentários:

  1. Zack tão fofo, queria que tivesse rolado beijo hauhauhahau
    e esse acidente? foi tipo uau, e esse Diego, sei não em
    continua logoooo bjj @paradiseiggy

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  2. Awwwwwwwn Harry <33333333 voce deve estar super feliz de escrever sobre ele né?! Ele é um fofo <3 o zack tambem, acho que to apaixonada por essa fic tbm shakvdkqvsbqvq
    continuaaaa
    @crashwithcody

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  3. O Zack ta fofo mdssss ahhh e esse acidente?? Gzuis quero logo a continuação, e o jake? Eu já era apx por ele, agr ele cuidando dela? Awwwwwwwww mais fofo impossível, enfim continua bj @CodyMania

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  4. Awn que perfeito manu continua por favor :) nossa esse acidente torama que ela ficar bem logo , e o zack o aconteceu com ele depois do acidente dela??? To curiosa manu :) @paolas2_

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  5. MANUUUU TA PERFEITO PLMDD CONTIBUE ISSO LOGO DESCOLPA A DEMORA PRA COMENTAR TAVA TENDO PROBLEMAS COM ISSO MAIS ACHO Q AGR VOLTOU AO NORMAL EU ACHO AHHH ZACK É UM FOFO QUERO MAIS AMIGA BJSSS @heysimpson143

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