quarta-feira, 5 de março de 2014

Capítulo 3 - "do you want me?"

Mesmo sem ligar pro Harry pra perguntar, fui direto pro apartamento dele pela manhã, o caminho pra ir pro trabalho do meu irmão passava por lá, comecei a ter alguns pontos de memória quando passei por aquelas ruas, os pelinhos desde minha nuca até meus braços se arrepiaram por inteiro.
"Onde foi meu acidente?"
"Perto da loja de pranchas, na rua da praia mesmo."
"Isso explica você do meu lado."
"Eu vi todo o acidente, mal imaginava que era minha irmã." Arranjou uma vaga em frente ao prédio e estacionou. "Liga aí pra ele descer, que já estou atrasado, ah, e passa na loja mais tarde, se estiver se sentindo bem, o pessoal quer te ver."
"Ok." Beijei o rosto dele. "Bom trabalho, Jake."
Nem liguei pro Harry descer, pedi pra que o porteiro interfonasse direto, ele já me conhecia, afinal, estava sempre ali, mas se subisse a essa hora da manhã pra tocar a campainha, Harry se assustaria. Subi até o 14º andar e a porta do apartamento dele já estava aberta, a mesma era de frente pro elevador.
"Que surpresa!" Beijou meu rosto e depois puxou o cabelo pra trás, só aí eu percebi a puta cara de sono dele.
"Desculpa ter te acordado, Jake foi trabalhar e não queria me deixar sozinha."
"Não se preocupe, já estava quase na hora de acordar, se não se incomodar, o pessoal vai vir fazer um trabalho aqui."
"Não tem problema." Disse ao entrar. "Se tiver uns gostosos, melhor ainda."
"Você não tem jeito." Riu e fechou a porta atrás de si.
"Aquele tal do..." Tentei lembrar o nome do garoto, mas já fazia muito tempo que ele tinha falado.
"Ryan?"
"Isso!" Apontei pra ele, como se tivesse acertado algo muito importante. "Ele vem?"
"Vem, mas vamos fazer trabalho."
"Não tem problema, olhar não tira e nunca tirou pedaço." Mordi o lábio.
"Não vai dar encima, viu?"
"Eu? Longe de mim." Levantei os braços.
"Claro, bem distante." Riu. "Quer comer o que?"
"O que tem pra comer?"
"O típico café americano, pode ser?"
"Pode ser, quer que eu faça?"
"Não, eu vou cuidar de você, não pode fazer esforço."
"Desde quando fritar ovo e bacon é esforço?"
"Vai deitar lá no sofá, vai." Me empurrou levemente em direção ao sofá.
Bufei, mas aderi ao que ele pediu e me deitei, estiquei o braço até a mesa de centro e peguei o controle, nada pra ver na tv, muita novidade... O pacote dele tinha mudado e poucos canais estavam abertos e, pela manhã, não se passava nada além de noticiários neles, os mesmo passavam os crimes que pareciam ser os mesmos todos os dias, era monótono assistir a eles e pensar em tudo o que rolava por Miami afora e por todo o mundo, vários inocentes perdiam suas vidas da noite pro dia ou as jogavam fora, tal como o que tinha acontecido comigo. Comecei a pensar sobre a vida de algumas pessoas da qual eles já tinham tirado, por mais que eu não tivesse visto, sabia que já tinham feito, me matava pensar que, de certa forma, estava envolvida também.
"Está tudo bem, anjo?"
"Tudo, só estava pensando." Desliguei a tv, mas ainda permaneci olhando pra tela preta.
"Bom..." Bateu os braços nas próprias pernas. "Vou fazer seu café, deve estar com fome."
"Não muita, na verdade."
"Acho que seus pensamentos não te fizeram muito bem."
"Fica tranquilo, estou bem, vou te ajudar na cozinha."
"Não precisa, já te disse."
"Posso ao menos sentar e observar?"
"Isso pode."
Me sentei numa das banquetas e fiquei olhando enquanto ele fritava os ovos e o bacon em frigideiras separadas, mas ao mesmo tempo. Girava de um lado pro outro enquanto sentia minha perna repuxar, mas isso poderia melhorá-la, já havia sido assim antes.
"Que horas é a fisioterapia?"
"9h30."
"Eu te levo e fico lá com você."
"Não precisa, seus amigos não vão vir aqui?"
"Vão, mas eu passo no Ryan e deixo a chave com ele."
"De jeito nenhum! Você só me leva, eu fico lá."
"E como vai voltar?"
"Andando, eu sei andar, muito bem por sinal." Pausei. "Ou eu posso levar a bicicleta e voltar com ela."
"Quer que eu te interne agora ou depois que fraturar mais a perna?"
"Não vai dar nada, eu sei o que eu faço."
"Te levo e te busco, fim de papo."
"Ok..." Disse pra acabar esse assunto.
Ele acabou o café e arrumou a mesa pra comermos, estava tudo torto na mesa, mas o que valia era a intenção e, em questão de gosto, até que a comida estava boa. Ok que pra fritar bacon e ovo só se precisava de óleo, mas ele levava jeito pra não deixar encharcado e tal. Voltei pro sofá depois de comer, ele veio comigo e sentou ao meu lado, deitei a cabeça em seu ombro e ele passou o braço ao redor de mim.
"Que bom que está aqui." Beijou minha cabeça. "Não sei o que faria sem você, sabia? Quem me acordaria às 8h só pra não ficar sozinha?" Riu de leve, me apertando.
"Poderia arrumar outra melhor amiga, talvez a Hay." Dei de ombros.
"Eu adoro a Hay, adoro mesmo, mas ninguém no mundo te substituiria."
"Awn." Beijei o rosto dele. "Não preciso dizer que você é o melhor."
"Pode dizer, sabe?"
Ri da cara que ele fez. "Você é o melhor, baby, sempre vai ser."
"Hm, agora sim."
Exatamente às 9h, ele me levou pro hospital, insistiu pra que eu o deixasse ficar, mas eu odiava atrapalhar as pessoas e pior, saber que eu estava atrapalhando. Desci pra sala de fisioterapia, onde o doutor me esperava, ele não era muito simpático, mas era bonito, olhos castanhos um pouco claros e cabelos castanhos, parecia ter um bom físico por baixo daquele jaleco. Não fazia a mínima ideia do que estava fazendo, ele mandava e eu repetia no equipamento, mesmo com pontadas repuxando minha perna quase sempre, estava tão exausta às 11h30 que ele resolveu me dispensar.
"Posso mesmo ir?"
"Pode, claro."
"Obrigada."
"Se precisar alguma coisa, me ligue." Me entregou um papel. "E não se esqueça dos cuidados básicos."
"Pode deixar, vou me cuidar direitinho, doutor..." Tentei captar o nome dele.
"Pierre, Pierre Jones."
"Pelo que me lembre, não era Pierre não."
"Me chamam de Jones, mas posso abrir uma exceção pra você."
Dei um risinho quase sem som e me virei na direção da porta pra tomar meu rumo, ele não impediu e nem disse mais nada. Ganhar cantada de fisioterapeuta, só comigo mesmo... Comprei um suco de lata na lanchonete do hospital e fui pro prédio do Harry, andando nos meus passos contados e doloridos. Toquei a campainha e quem vem abrir é Ryan, estampo um sorriso pervertido no rosto e ele faz o mesmo.
"Jennifer."
"Oi, Ryan."
"Veio me desconcentrar do foco?"
"Hm... Talvez." Ri de leve. "Brincadeira, estava aqui mais cedo, só voltei de onde fui."
"Fiquei sabendo do acidente." Deu de ombros com a mãos viradas com as palmas pra cima. "Sinto muito, mas que ótimo que está bem."
"Sabe aquele ditado de que vaso ruim não quebra? Então... Mas, aí, eu posso entrar ou vai me barrar na porta?"
Ele riu, coçando os olhos, e bateu em minha bunda assim que passei por ele. "Gostosa como sempre."
"Tarado como sempre."
"E aí, como foi?" Harry perguntou assim que eu passei pelo hall.
"Exaustivo, mas consegui sair mais cedo, pelo menos." Sentei no sofá ao lado dele. "Oi, pessoal." Acenei pros outros três que estavam ali.
"Que namorada linda, heim, Harry? Estourou." Um deles, que eu nunca tinha visto na vida, riu.
"Ela não é minha namorada, cara."
"Então a gatinha está disponível?"
"Depende pra quem." Disse. "Enfim, podem fazer aí o que tiverem que fazer que eu fico bem quietinha."
Fiquei mais tempo no quarto vendo tv do que na sala, essas coisas de trabalhos escolares eram chatos e eles discutiam a todo momento, isso me irritava. Quando voltei pra sala, os garotos já tinham ido, apenas Ryan estava ali, mas já estava de saída também. Ele me pediu pra que o acompanhasse até o elevador, já imaginava suas intenções. Mal fechei a porta e ele me encurralou na parede, tomando meus lábios com os seus. Eu era um pouco louca por ele, mas como não ser? Ryan é uma espécie de deus grego, estaria doente se não tivesse pensamentos hiper safados com ele, ainda mais por ser privilegiada pelos olhares dele, na verdade não só olhares, já havíamos ficado algumas vezes.
"Você me quer, tanto quanto eu te quero?" Mordi o lábio inferior, com os braços entrelaçados no pescoço dele.
"Eu preciso te responder?" Beijou meu pescoço com intensidade, enquanto apertava minha cintura.
"Precisa." Fechei os olhos, aproveitando o toque dele.
"Quero você, loira, vou acabar contigo."
"Hm... Assim não vai ter mais de mim pra outra vez."
"Pode deixar que eu sei bem o que faço." Mordeu meu ombro e subiu os doces lábios por meu pescoço, parando em meu rosto.
"Me pega às 19h?" Me afastei, fazendo-o ficar com uma cara de tacho.
"Eu achei que..."
Interrompi. "No quarto do Harry? No apartamento dele? Sério?" Cruzei os braços.
"É, não vai ser muito confortável, janta comigo, então?"
"Se for no seu apartamento... Não posso correr o risco de ser vista por alguém enquanto estou pelas ruas."
"Até parece que está fugindo da polícia." Riu.
"Da polícia não, mas de alguém sim."
"Está devendo ou não entregou?"
"Nenhuma das duas coisa e isso não te interessa."
"Grosseria."
"Sou grossa mesmo, todo mundo sabe."
"Eu sei, me excita ainda mais."
"Guarde sua excitação pra de noite."
"Pode deixar." Virou meu rosto em sua direção com a ponta dos dedos e selou meus lábios com um beijo envolvente.
Assim que ele entrou no elevador, encostei na parede e mordi meu lábio inferior, pelo menos uma coisa estava boa depois desse acidente. Tinha combinado com Harry de irmos até a loja de pranchas depois de os garotos irem embora, então ele já estava me esperando. Insisti pra irmos andando, mas ele me deu uma bronca por, segundo ele, já ter andado muito e acabamos indo de carro. Já na porta, Jhonan, dono da loja, não muito mais velho, devia ter uns 27 anos, loiro, alto, com a barba por fazer e o corpo atlético como de todos os surfistas por aqui, veio nos receber com um sorriso no rosto.
"É um milagre ver você aqui, garota, quase sem nenhum arranhão ainda mais." Não tirou o sorriso do rosto enquanto dizia. "Eu vi seu acidente, era quase impossível acreditar que se recuperaria tão rápido."
"Vaso ruim não quebra." Dei um pequeno sorriso. "Meu irmão disse pra eu passar aqui por vocês estarem preocupados e blábláblá."
"Estávamos mesmo, deixei ele à vontade esses dias pra cuidar de você."
"Muito gentil da sua parte." Tratei de mudar o assunto, não era pra me acharem gentil por ali. "Meu irmão, cade?"
Harry me cutucou por meu tom de voz ter saído meio alterado.
"Está polindo uma prancha pra entregarmos hoje a tarde."
"Podemos ir lá?"
"Claro, nos fundos, sabe onde é."
"Sei, obrigada."
Passamos por dentro da loja, onde os outros dois funcionários, Joy e Tyler, vieram perguntar como eu estava, dizer as mesmas coisas que o Jhonan tinha dito... Passamos pelo estreito corredor até sairmos na parte dos fundos, separada da loja por um espaço do lado de fora. Jake polia uma prancha bem desenhada, colorida com vermelho, branco e preto.
"Que trabalho bom, heim." Encostei na parede.
"Oi, Jenn." Levantou a cabeça e sorriu. "Oi, Harry."
"Está fazendo um bom trabalho com a prancha."
"Acha? Só estou polindo, o trabalho aqui não foi meu." Riu de leve e balançou a cabeça.
"Que vontade de surfar, cara."
"Também me deu, vamos surfar então, baby?"
"Tá maluca? Acabou de sair do hospital, não mesmo."
"Também não concordo." Jake deixou a lixa de lado e deu a volta na mesa pra chegar mais perto de nós. "E você não vai."
"Eu já estou bem, estou ótima, na verdade." Revirei os olhos. "Parem de cuidar da minha vida, eu odeio isso."
"Você não sabe cuidar sozinha, então..."
"Af, vocês são chatos."
Não demorou pra que eu e Harry fossemos embora, mas não fomos pro apartamento, ao invés disso, seguimos pra uma sorveteria em frente à praia. Peguei um milkshake de maçã com canela e Harry montou uma casquinha com três bolas de sorvetes diferentes com calda quente for cima pra completar. Fiz uma careta engraçada ao olhar aquela mistureba que ele tinha feito e que comeu com todo o gosto. Dai as horas pareceram voar, Harry me levou pra casa às 18h, não tive muito o que fazer pra me arrumar, coloquei uma roupa como essa:
Eu adorava o estilo roqueiro de se vestir, era moderno e me realçava, roupas curtas e apertadas sempre eram peças chaves do meu guarda-roupa, deixei o cabelo solto e não me preocupei com maquiagem, particularmente, não curtia mais isso, passar mais de uma hora escolhendo combinações do sombra com batom, não era mais a minha. Guardei minhas coisas numa bolsa de franja preta, saquei um cigarro do maço e o acendi no caminho pro andar de baixo.
"Aonde você vai?"
Jake surgiu sei lá de onde e parou na minha frente, impedindo minha passagem. Dei uma longa tragada e olhei pra ele enquanto soltava a fumaça.
"Sair."
"Como assim? Com quem?"
"Com o Ryan."
"Ryan? Sério? Está meio maluca ou totalmente?"
"Eu só quero aproveitar minha noite."
"Tinha que ser com sexo?"
"Hm..." Soltei o ar bem lentamente, fazendo uma pequena nuvem de fumaça em nosso meio. "Aproveitar a noite significa isso. Agora me dê licença."
"Ele vai vir te buscar?"
"Vai, vou esperar do lado de fora."
"Não, você vai esperar aqui."
Pra minha enorme sorte, Ryan buzinou antes mesmo de que eu pudesse discordar, evitando assim maiores problemas. Beijei o rosto do meu irmão e fui pra fora. Uma BMW preta com o teto aberto estava à minha espera, Ryan escorado do lado do motorista com um sorriso no rosto, ele se afastou um pouco do carro e veio até mim.
"Boa noite." Beijei o canto da boca dele, seus braços enlaçavam minha cintura, colando de tudo nossos corpos.
"Ótima noite, loira." Mordeu meu ombro. "Vamos logo ou quer comprar a comida antes?"
"Ainda não comprou?" Apoiei as mãos no peito dele.
"Não, eu não sei o que você come."
"Então deixa a comida pra depois, pode ser?" Usei o indicador pra afrouxar a gola da camisa dele.
"Você faz cada pergunta desnecessária." Riu e contornou o carro pra abrir a porta pra mim.
Em 15 minutos estávamos no estacionamento de um prédio, antes mesmo de chegarmos na escada que dava acesso ao prédio, os beijos tomaram tamanha velocidade e desejo. As mãos dele pesavam em minha bunda, subindo ou descendo de vez em outra. Sua camisa já estava quase toda aberta quando conseguimos entrar no apartamento, meu corpo bateu contra uma parede, me fazendo morder o lábio inferior dele.
"Droga, esqueci da parede, desculpa."
"Não foi nada." Disse ofegante e agarrei os cabelos dele, o fazendo voltar pro beijo.
Ele foi me guiando até o quarto, minha blusa já ia sendo levantada e seus beijos passaram pro meu pescoço. Eu não fazia a mínima ideia de como o apartamento era, então foi difícil me localizar sem me esbarrar nas coisas. Notando meu leve desespero com isso, ele apertou minhas coxas pra que eu as enlaçasse em seu corpo, assim o fiz e fui guiada até a cama. Seu corpo pesou sobre o meu e em questão de segundos minha blusa foi pro chão, seus beijos se direcionaram pra parte de meus seios em que o sutiã não cobria, meu corpo se contorcia a cada chupão com um pouco mais de força. Me ajoelhei de frente pra ele e desabotoei os dois botões que restavam, seu peitoral definido apareceu ainda com mais clareza, mordi o lábio e deslizei as mãos por ele, chegando a encostar em seu membro e voltando. Nossas roupas saíram tão rapidamente de nossos corpos, dando-nos mais liberdade. Meus seios foram envolvidos por suas mãos, os massageando com força moderada, sua boca tomou um de meus seios, a língua contornava o bico e dava leves chupadas, fazendo com que meus olhos se revirassem de prazer. Um caminho foi percorrido de meus seios até minha intimidade, dois dedos me penetraram de uma vez, um gemido se prendeu em minha garganta, meu tesão ia aumentando a cada girada de seus dedos dentro de mim. Troquei de lugar com ele, me ajoelhei nos pés da cama e tomei seu membro com meus lábios,  punhetava a base com leves movimentos, enquanto minha boca juntamente com minha língua fazia o resto do trabalho, ele gemia baixo e segurava em meu cabelo pra manipular os movimentos. O empurrei pra que deitasse e fui por cima, sentei em suas pernas e deslizei as unhas por seu peitoral. Ele colocou uma das mãos na primeira gaveta do criado-mudo e sacou um preservativo de lá.
"Fica de quatro pra mim." Apertou minha bunda.
Fiz o que ele pediu e joguei meu cabelo pro lado pra poder olhar o que ele estava fazendo. Não demorou pra que seu membro me preenchesse, um vai e vem tomou velocidade e ele apertava minha cintura pra ter apoio. Gemia alto, que homem, que pegada... De minha cintura, suas mãos foram pros meus seios, os apertando com força enquanto seus dedos roçavam os bicos entre eles. Atingi meu orgasmo antes dele, mas dei algumas reboladas pra satisfazê-lo.
"Jenn, você é foda." Ele disse ofegante ao cair na cama, deitei ao lado dele.
"Você também não é de se jogar fora." Ri de leve e dei um beijo rápido nele. "Brincadeira."
"Só peladura brincadeirinha, vá pegar um energético pra mim."
"Com todo o prazer, senhor, assim que eu souber onde é a cozinha."
"Tem um frigobar na sala."
Levantei da cama do jeito que estava e fui até a sala, só então fui percebendo como a decoração era linda e extremamente chique, a maioria dos móveis eram pretos e o ambiente branco e bem claro, vários vasos e quadros compunham a decoração. Saquei um cigarro da minha bolsa e o acendi, parei próximo da janela pra fumá-lo, perdi a noção do tempo enquanto observava a cidade, estávamos bem no alto e eu nem tinha percebido. A vista era linda. Levei um grande susto quando Ryan enlaçou minha cintura com seus braços.
"Gostou da vista?"
"Adorei, é linda. Ah, me desculpe, esqueci de pegar o energético."
"Tudo bem, eu já peguei." Mostrou. "É melhor você se trocar, os vizinhos desocupados costumam olhar as janelas e todos correriam pra cá sete vissem assim."
"Posso tomar um banho?"
"Claro, finja queda casa é sua."
Ele me acompanhou no banho, mas não demoramos quase nada. Coloquei a roupa de antes, ele se trocou e descemos pro carro pra irmos comprar comida. O carro do Ryan era igualzinho ao do meu irmão, em questões de limpeza, pintura em ordem, não tinha sequer um arranhão, os bancos de couro também estavam em perfeita organização. Garotos malucos por carro...
"Aonde a senhorita quer ir?"
"Ir não, pega pra gente comer em casa."
"Não, Jenn, porque? Me dá um bom motivo." Cruzou os braços.
"Eu tenho meus motivos, ok? Não preciso ficar dizendo."
"Precisa sim, não me convenceu."
"Ou é isso ou você dá meia volta e me deixa em casa, fim de papo."
Ouvi ele bufar antes de colocar a chave e dar partida no carro. As ruas de Miami, como sempre, estavam movimentadas, principalmente próximo da praia, onde um luau estava acontecendo, todo o mês tinha um, vários jovens se reuniam ali pra assar marshmallows numa das fogueiras, ouvir uma boa música e curtir a noite. Já havia sido do tipo que não perdia sequer um desses, mas agora ia quando dava, por mais que eu não gostasse muito de praia, era um evento legal e onde eu ficava longe dos caras, eles odiavam frequentar esse tipo de coisa.
"Quer parar?" Ryan perguntou ao ver que eu estava olhando vidrada pra lá.
"Não." Dei um sorrisinho de lado, olhando pra ele.
"Se quiser... Eu iria adorar estar nele contigo." Diminuiu a velocidade do BMW, quase parando, um sorriso grande e fofo estampou seu rosto.
"Ok..."
"Isso é um sim?"
"É, é um sim, mas não vamos ficar por muito tempo, por favor."
"Com você pedindo 'por favor' não tem como não fazer." Riu e entrou numa vaga.
"Idiota." Ri pelo nariz.
Descemos do carro e fomos na direção da areia, vários casais estavam sentados abraçados, assando seus espetos com marshmallows, em outros pontos tinham amigos zoando um com os outros. Em certo ponto, fixei meu olhar e meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar no Zack, ele costumava vir comigo nos luais e ficamos como esses casais clichês. Passei as mãos pelo rosto, tentando esquecer, mas não deu muito resultado.
"Está tudo bem?" Passou o braço por minha cintura.
"Sim." Balancei a cabeça.
"Quer sentar ali com o pessoal?"
"Prefiro ficar de pé mesmo." Suspirei. "Pega um espeto pra mim?"
"Claro."
Andei alguns passos pra trás e me encostei num quiosque, apoiando meu corpo sob meu cotovelos de costas, olhava o movimento com medo de alguém me ver, algum deles pra ser mais específica, mas ficava um pouco tranquila sabendo que era muito difícil que viessem. Ryan não demorou quase nada, não queria mesmo que demorasse, não estava afim de ficar sozinha por muito tempo.
"Prontinho, senhorita." Me entregou um e ficou com o outro. "Disseram que naquela mesa tem biscoito e chocolate, se quiser." Apontou.
"Por enquanto não, prefiro tradicionalizar."
"Como quiser." Riu.
A noite estava boa, eu adorava a companhia do Ryan, mas algo me incomodava, não conseguia me sentir segura ali, era como se eu estivesse sendo observada, mas tudo o que eu via eram adolescentes se divertindo sem darem a mínima pra mim. Eu devia estar ficando paranóica, era a única explicação útil em que eu acreditava no momento.
"Caralho..." Ryan resmungou baixo.
"O que foi?"
"Aquele cara não para de olhar pra cá."
"Cara? Que cara?" Olhei pra todos os lados, parecendo uma maluca.
"Aquele ali, olha discretamente." Apontou com um meneio de cabeça pro lado dos carros.
Meu sangue congelou antes mesmo de eu olhar pra lá, sabia que não era uma boa ter vindo. Droga! Não era o Diego, talvez fosse ainda pior... Gabriel me odiava, sempre odiou e, com toda a certeza, eu estaria ferrada. Ele veio andando com um sorrisinho sarcástico no rosto e parou à nossa frente, cruzando os braços.
"Ora, ora..."
"Você conhece ele, Jenn?"
"Mas não é a senhorita estou-com-dor-na-perna-e-não-vou-sair?" Coçou o queixo, fazendo um baixo barulho por sua barba por fazer, enquanto entortava os lábios. "Você não vai se dar bem, nada bem."
"Porque está falando assim com ela, cara? Está maluco?"
"É melhor vir comigo, Jennifer."
"Jenn, quem é ele?"
"Ryan, eu tenho que ir, me desculpa, ok?" Dei um rápido selinho nele.
Ele segurou meu braço, seu olhar era de preocupação. "Pra onde você vai? Quem é esse?"
"Eu só tenho que ir."
Gabriel me puxou, fazendo um tranco repuxar meu braço, consequentemente, minha perna também doeu, ainda mais do que o braço, mas não esbocei nenhuma reação. Ele foi todo sorridente no caminho e sem soltar meu braço, já devia estar roxo, quando eu finalmente consegui me soltar.
"Se você correr, eu tenho algumas balas aqui e vou usá-las sem dó e nem piedade, acerte onde acertar."
"Você é ridículo, não sabe o quanto."
"Estou pouco me fodendo pra isso, Jennifer, a única coisa que me interessa agora é ver a cara do Diego assim que eu disser aonde você estava."
"O que ganha com isso?" Parei de andar, o encarando com meus olhos fervendo de raiva.
"Prazer em te ver sofrer, sua puta."
"Você não vale nada." Semicerrei os olhos, balançando a cabeça lentamente.
Ele agarrou meu braço de novo antes de entrarmos no elevador e, assim que entramos na sala, onde Diego estava deitado, ele me jogou pro chão com toda sua força. O grito não conseguiu ser abafado pela mordida em meu lábio, a dor em minha perna foi a pior que já tinha sentido desde que havia saído do hospital.
"Ficou maluco, Gabriel?" Diego se levantou e foi na direção dele.
"Isso não teria acontecido se essa dai não tivesse mentido."
Seu semblante mudou completamente quando ele me olhou. "Você mentiu pra mim?" Me fez olhar diretamente em seus olhos quando puxou meu cabelo. Sem obter resposta, ele intensificou a força. "Me responde! Eu confiei na sua palavra, filha de uma puta."
"Não menti pra você."
"Claro que mentiu! Ela estava na praia." Como eu odeio o Gabriel. "Detalhe, estava com um cara, cheia de amores com ele."
"VOCÊ CHEIROU MUITA DROGA? FOI ISSO, JENNIFER?"
"Estava cansada de ficar em casa, só isso... Fui apenas dar uma volta pra espairecer, se quiser eu te trago meus papéis do médico." Tentei virar minha perna sem que doesse, mas foi impossível. "E agora só vai piorar minha situação." Encarei o Gabriel.
"Eu poderia te dar uma boa lição, você sabe bem disso."
"Estou te implorando, Diego... Te imploro pra que não faça nada, por favor."
"Levanta dai. Gabriel, sai daqui, já fez sua parte."
Ele assentiu e se retirou, dando meia volta. Me apoiei no sofá pra ter firmeza e levantei, mas meu corpo não aguentou por muito tempo e desabou no sofá sem firmeza alguma, afoguei minha cabeça nas mãos pra não encará-lo.
"Porque mentiu?"
"Eu já disse que não foi mentira."
"Não me convenceu."
"Mas já disse o que aconteceu."
"Ser grossa não vai adiantar nada." Se abaixou ao meu lado e apertou meu queixo com seus dedos. "Só vai piorar a sua situação comigo."
"Diego, por favor." Pedi num suplico baixo. "Por favor..."
Com a proximidade que ele estava pude notar que seus olhos estavam levemente avermelhados e ao lado do sofá tinha metade de um pacotinho com cocaína. Seria pior do que eu imaginava se o efeito piorasse o lado agressivo dele.
"Eu quero matar você, eu ODEIO que mintam pra mim!" Arrastou o braço na mesa de centro, derrubando tudo no chão.
Meus olhos ficaram rasos de lágrimas, não tinha tanto medo dele, mas a situação mudava quando envolvia drogas. Ele podia ser violento, tão violento quanto fora em uma dessas vezes, pude perder a conta de quantas bofetadas levei na cara sem poder dar um pio, mas já houveram vezes piores, das quais as cicatrizes são carregadas comigo até hoje.
"Você mentiu." Repetiu. "E sabe o que acontece com quem mente?"
"Por favor." Minha voz já se tornava embargada.
"Por favor é o caralho, acha que vai me levar no papo como sempre? Já deve ser a terceira vez que mente, agora é diferente, Jennifer Ann, eu te disse que seria a última vez."
"Eu sinto muito, me perdoa por essa, apenas por essa. Eu posso recompensar você, faço tudo, tudo o que quiser."
Ele riu. "Voltou a se vender? Que coisa feia."
"ME DEIXA IR!"
O empurrei num ato desesperado e ele me puxou juntou, virando o jogo e ficando por cima. Meu rosto ardeu com o primeiro tapa, e ia ardendo cada vez mais. Me sentia um lixo, um enorme lixo, as lágrimas caiam de meus olhos como a algum tempo não caiam, com desespero, repulsa, dor, ódio... Tinha as piores palavras do mundo pra descrever o que estava sentindo, mas não seriam suficiente. Ele parecia ter tanto prazer em me bater quanto Gabriel tinha em fazer com que isso acontecesse, os odiava e nada nunca poderia mudar isso. Ouvia uma voz em minha cabeça dizendo que estava tudo bem, mas não era qualquer voz, era a voz do Zack e isso me mantinha um pouco mais calma. Não foram muitos tapas e ele dosava a força pra que não marcasse, mas foi o suficiente pra que eu perdesse totalmente a minha dignidade. Não quis saber de olhar pra ele quando saiu de cima de mim,  apenas tomei meu caminho até a porta e me mandei o mais rápido que pude. Corri pelas ruas de Miami até cruzar a minha, apoiei-me em meus joelhos semi-flexionados pra recuperar o ar e andei com mais calma até em casa. Jake estava sentado na sala, seu semblante preocupado se transformou em um sorriso assim que me viu.
"E aí." Sentei ao lado dele, tentando parecer o mais normal possível.
"Aconteceu alguma coisa com você, Jenn?"
"Não, porque está me perguntando?"
"Somos gêmeos, senti algo estranho, como sempre sinto quando está em perigo."
"Não aconteceu nada, estava com Ryan no luau, apenas isso." Deitei a cabeça em seu ombro e passei meus braços ao redor dele, que beijou minha cabeça.
"Tem certeza?"
"Claro que tenho, não seja bobo." Ri pelo nariz.
"Toma cuidado, ta?"
"Eu sempre tomo." Beijei o rosto dele. "Vou dormir."
~~~~~~~~~~~~~~ 
oioioi sei que eu demorei pra postar, mas eu estava totalmente sem ideias... o que acharam? gostaram do Ryan? o que acham que vai acontecer? Muita gente tá me perguntando "cade o Cody?", ele vai aparecer logo logo pessoal, achei mais emocionante não colocar logo no começo pklosaloskoals se tiver ideias ou sugestões de algo que queiram/imaginam que possa acontecer, me mandem nos comentários ↓↓↓ ou me mandem por DM no twitter, deixem seus users pra que eu possa conhecer vocês e avisar dos capítulos novos. (pra quem não me conhece, podem me chamar de Manu) POR FAVOR, É MUITO IMPORTANTE PRA MIM SABER O QUE ESTÃO ACHANDO, ENTÃO COMENTEM, OK? PODE SER SÓ UM "CONTINUA" OU COISA ASSIM. XOXO <3


5 comentários:

  1. coitada da Jenn, arrumo uma encrenca pro resto da vida :/ continua logo

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  2. A Jenn ta ferrada na vida por causa desse Gabriel e desse diego ne ?! Dois otários, agora to shippando ela com o zack e mesmo sem ele ter aparecido nesse capitulo e mesmo que ela esteja pegando o ryan eu ainda shippo eles (nao sei ainda como é o nome do shipp), quando o cody aparecer nao sei se vou shipar eles porque eu to shippando e muito zack e Jenn! Mas to ansiosa pro cody entrar <3 RYAAAAAAAN LINDOOOOO, PERFEITOOOO, acho que amei ainda mais esse capitulo por ele estar nele, amo/sou sz ta tao perfeita essa fic Manu e comece logo a se inspirar bem e escrever muito pra postar logo, porque nao agüento mais ficar esperando muito tempo nao
    Mas enfim, amei
    Te amo manubs
    XOXO

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  3. MANUUUUUU TA PERFEITO AMIGA PLMDD CONTINUE LOGO PQ NECESSITO DE MAIS QUERO Q O CODY APAREÇA LOGO PRA VER CM ELE VAI SER NA FIC AMEI TER BASTANTE O JAKE ...... TO GPSTANDO DO RYAN 💞💞💞 ELE PARECE SER LEGAL MAIS VAI QUE NÉ BJSSS E CONTINUE LOGO @heysimpson143

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  4. Tadinha dela :( continua por favor manu ta perfeito :) ai que odio desse diego e do gabriel , cade o zack o que aconteceu com ele ?? Awn o Ryan e um fofo sera que ele vai contar por jake sober o que aconteceu con a
    jenn ? To curiosa continua manu :) @paolas2_

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  5. Ah manuuu mil desculpas por demorar pra comentar, mas tenho mil provas por semana no colégio e tals, e não ta dando pra comentar mesmo, e daqui pra frente só vai piorar 😢 mas enfim, ahhhh cade o cody? hdiebhbtjehhwwjhs to curiosa pra saber como ele vai se encaixar na história hahaha continuaa bjbj @CodyMania

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